sábado, 20 de dezembro de 2008

Da minha experiência "homossexual" num urinol de Lisboa e uma história na minha vida, em jeito de repto desvitalizante

Era uma tarde primaveril, algures nos loucos anos setenta.
Um jovem dirigiu-se ao urinol ao lado do meu.
Éramos só os dois, àquela hora e naquele lugar.
No ar pairavam odores voláteis de fluidos orgânicos.
Os seus olhos, escondidos por detrás das lentes, denunciavam carência.
Então, após alguns momentos de um silêncio estático, revelou a sua intenção, ao que eu aquiesci.
Delicadamente, trémulo, comecei a desapertar-lhe a braguilha. Em seguida, perscrutei o seu interior, conseguindo a custo expor a sua glande. Após a função, voltei a acomodar o seu pénis dentro das cuecas e, com a delicadeza possível, apertei-lhe a braguilha.



Há muito tempo que não relembrava este episódio.

Ah, já me ia esquecendo. Estávamos a regressar do Algarve da viagem de finalistas do Liceu, e este meu amigo, que pretendia urinar, tinha sido uma das vítimas da Talidomida: nasceu sem braços!

3 comentários:

Kmett N’Ojo disse...

Mais do que uma boa história, é uma história muito bem contada. Até me deu um arrepio...! Grande Al.

©arloslemos disse...

Esta é da classe "pós estática", isto é, provoca-me a imobilidade total, mantendo-me estático após a leitura, a olhar para o ecrã por um período não inferior a três minutos, lendo, relendo, pensando. Tá tudo dito!

Óscar disse...

Bravo Al, pela história, pela boa acção e pela coragem!..