quarta-feira, 31 de março de 2010

Sugestões para férias

Um breve apontamento para deixar duas sugestões: um filme (belíssimo!) e um livro (cujo título adjectiva na perfeição a minha [P]essoa).

Assim a modos de dizer...

Assisti no sábado passado a um concerto memorável. O grupo, original, chama-se Nouvelle Vague e toca covers de músicas relativamente recentes (década de 80 e 90) em ritmo bossa nova. Aqui fica um exemplo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Monami6f...

Imagem daqui


... ajudem a puxar a carroça! Andar à boleia é bom, mas... os burros também se cansam!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Agradeço a dedicatória do Deibaidei a mim e à boa música, seja ela kitsch, romântica, erudita, popular, jazz, clássica , fado.

A música, mais que a escrita, junta os homens independentemente da sua raça, condição social, económica ou financeira.
A música é intemporal, amoral, apolítica, terapêutica, sem prazo de validade, serve a todos.
Mas nem todos ouvem música.
Mesmo que ela ali esteja, ao dobrar da esquina.


Abba - Thank You For The Music
Enviado por ABBA. - Veja mais vídeos de musica, em HD!

Inverno...


... é neura generalizada. É um estado de hibernação que nos deixa prostrados, sem vontade para fazer nada. É cansaço, mas daquele que vai mesmo até aos ossos. É também atrapalhação: da (muita) roupa que se veste, das coisas que temos que transportar nas mãos e procurar nos bolsos, e que insistem em não aparecer sobretudo quando estamos debaixo de chuva. São os palavrões que se proferem baixinho quando entramos no carro com as calças a colar às pernas e o guarda-chuva a molhar o banco do lado.

Inverno é noite e cinza. São fins-de-semana passados em frente à televisão a ver aquelas sessões fastidiosas de cinema ou a debicar qualquer coisa que se encontra no frigorífico por falta de programas mais aliciantes. São aquelas manhãs tenebrosas em que temos que abandonar o aconchego das camas para enfrentar dias de tédio e de trabalho rotineiro.

Odeio o Inverno!


Há, contudo, outras opiniões. Ele há gostos para tudo!

Dedicado ao Labrosca - Paul Gonsalves





Um dos famosos sideman da história do jazz é sem duvida Paul Gonsalves. Músico da orquestra de Duke Ellington ficou famoso pelo seu solo de 27 chorus no festival de Newport a 7 de Julho de 1956.
Nascido em Brockton, Massachusetts a 12 de Julho de 1920 tem a particularidade de ser filho de pais Cabo-Verdianos. O seu primeiro instrumento foi a guitarra com a qual lhe pediam para acompanhar musica tradicional Portuguesa e com certeza umas mornas.
Antes de ingressar na orquestra de Duke Elligton ainda fez parte das orquestras de dois génios do jazz, Count Basie e Dizzy Gillespie.
Morre pouco dias antes de Duke Ellington em Londres a 15 de Maio de 74.

Este post é dedicado ao Labrosca, amante de jazz e de boa música.

domingo, 21 de março de 2010

Ostern, ʿĪdu l-Fiṣḥ, Bazko, Пасха, Pasko, Pääsiäinen, Pâques, Pasche, Πάσχα, Húsvét, Easter, Cáisg, Paschalia, Pasen, Påske, Wielkanoc, Paşti, Пасха

Quer acreditem ou não na ressurreição, pelo menos cheira a um diazito de férias.
Quem não acredita, deveria, no mínimo recusar o feriado de sexta-feira santa e trabalhar.
Mesmo que o estaminé esteja fechado, no mínimo deveria lavar umas escaditas, estender duas máquinas de roupa, passar a pano os WC, lavar o carro à mão e aspirar, mudar os filtros do aspirador, limpar com pano húmido por cima dos móveis, arrastar o frigorífico e limpar as suas entranhas, dar uma arrumadela à despensa, lavar (finalmente) todos os tupperware e pôr de lado para devolver o da Nanda, dispor cuidadosamente ao sol, na entrada da garagem, os sapatos de inverno de todo o pessoal, para engraxar de tarde e guardar substituindo pelo calçado de primavera/verão, guardar em saco grande a gabardina e demais roupa de inverno para mandar à limpeza a seco, encher a mala do carro com as garrafas velhas para a reciclagem, o aquecedor avariado, substitur a lâmpada que falha, mudar a terra dos cinco vasos da varanda, tirar o pó do varão dos guarda-vestidos e da parte superior das cruzetas, tirar os clips do recipiente limpar e guardar de novo, mudar a pilha do relógio da cozinha, limpar e ordenar os cds e dvds, devolvendo os que não são nossos (de quem será este?), aspirar os abatjours que já metem nojo, meter em lexívia as cortinas dos chuveiros, substituir o rolo vazio por outro cheio de papel higiénico, colocar os relógios que andam espalhados pelas gavetas na segunda gaveta do armário da entrada, empilhar as calças, camisas, camisolas e demais vestuário que deixaram de servir para dar a alguém que queira aproveitar, separar os recibos da farmácia, da educação dos filhos e dos encargos com o banco para preparar a entrega do IRS, aguçar os lápis todos (mesmo os de cor), deitar fora, finalmente, as 32 tampas das bic que rolam na gaveta sempre que a abro, olear a porta do quarto que chia irritantemente quando não queremos, passar em revista os prazos que poderão estar a terminar, a vistoria do carro, o imposto de circulação, o seguro do carro e os da casa, o BI, as quotas da ordem, o boletim das vacinas do pessoal todo, há quantos Km já não mudo o óleo do carro ? ...
Que alívio.
Sou católico.
Graças a Deus.
Vou de férias, como de costume rumo à praia verde.
Oito dias passam depressa.
Um grande abraço para todos.
Bom trabalho para uns, boa Páscoa para todos.

Para celebrar a Primavera...

... Toots e Cullum (duas preferências muito minhas).

sexta-feira, 19 de março de 2010

Mrzyk & Moriceau

Petra Mrzyk, de origem alemã, e o francês Jean-François Moriceau, são companheiros na vida e na arte. Dedicam-se, desde 1998, ao desenho mural, em suporte de papel, e ao vídeo de animação. Os seus desenhos, a negro, caracterizam-se por linhas simples e precisas. Sobressai da sua obra um espírito lúdico, de humor e poesia, influenciado pelo surrealismo e pela banda desenhada d'avant-garde.
Um must (na minha modesta opinião)!

Record Makers Promo from CreativeApplications.Net on Vimeo.





Mais aqui.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Não posso deixar de postar isto, embora ache que já terão visto. Mesmo assim, aqui vai



(E acompanha bem o post anterior)

Umas festinhas ao meu umbiguinho não faz mal a ninguém

E vem isto a propósito de ter feito mais uma vez (!) anos no sábado passado. A sequência que vem a seguir foi uma PRENDA que recebi há já dois anos. E não vou aproveitar para falar de educação... Já não tenho pachorra. (Mas se também me arranjarem um tachito na FLAD até que posso debitar umas coisitas.) Verborreia sobre o assunto não falta. Nem quero comparar as ditas ciências da educação às ciências ocultas. É no trabalho de campo que as coisas se sentem e não nos púlpitos pomposos de cátedras castradoras.Chega.

Vá lá então. Deixem-me partilhar convosco esta prendinha deliciosa em jeito de livrinho que guardo com muito carinho e vaidade, por que não?

















(Então e espinhos, não há? Claro. E cada vez mais. Mas hoje não vou dar para esse peditório)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Eça, ainda e sempre!

Há frases que lemos, coisas que ouvimos ou que vemos que, por se tornarem de tal forma relevantes, acabam por fazer parte dos alicerces da nossa própria individualidade. Nunca mais esqueço a fantástica experiência que constituiu a leitura dos Maias. Então com 17 anos, uma vida pela frente e ambições do tamanho do mundo, sorvi com avidez todo o desenrolar do romance de uma forma como antes nunca tinha acontecido. Aquelas palavras finais do livro bateram-me como martelos. Senti-as profundamente como uma ameaça terrível que se poderia abater sobre a minha vida e a daqueles com quem compartilhava os sonhos. E, assim, os Maias transformaram-se num referencial permanente daquilo em que não quero nunca transformar-me.

"Falhámos a vida, menino! (…) Ega, em suma, concordava. Do que ele principalmente se convencera, nesses estreitos anos de vida, era da inutilidade do todo o esforço. Não valia a pena dar um passo para alcançar coisa alguma na terra - porque tudo se resolve, como já ensinara o sábio do Eclesiastes, em desilusão e poeira.
- Se me dissessem que ali em baixo estava uma fortuna (…) à minha espera, (..) se eu para lá corresse, eu não apressava o passo... Não! Não saía deste passinho lento, prudente, correcto, seguro, que é o único que se deve ter na vida.
- Nem eu! - acudiu Carlos com uma convicção decisiva (…)- Lá vem um «americano», ainda o apanhamos.
- Ainda o apanhamos! Os dois amigos lançaram o passo, largamente. E Carlos, que arrojara o charuto, ia dizendo na aragem fina e fria que lhes cortava a face:
- Que raiva ter esquecido o paiozinho! Enfim, acabou-se. Ao menos assentamos a teoria definitiva da existência. Com efeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma...
Ega, ao lado, ajuntava, ofegante, atirando as pernas magras:
- Nem para o amor, nem para a glória, nem para o dinheiro, nem para o poder...
A lanterna vermelha do «americano», ao longe, no escuro, parara. E foi em Carlos e em João da Ega uma esperança, outro esforço:
- Ainda o apanhamos!


Estas palavras surgem-me ainda hoje recorrentemente sobretudo quando as rotinas e os contextos nos inibem (a mim e aos da minha geração) a capacidade de (re)criar as nossas vidas.
"Falhámos a vida, menino!" Oxalá estas palavras nunca ocorram - ainda que de uma forma implícita - no seio do monami6f.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher...

... para lembrar os homens que deverão saber dignificar o género a que pertencem (e deixar os comportamentos tipo macho-alfa, beta ou gama, para gibões, gorilas, chimpanzés e outras variantes macacóides).

Mensário: Fevereiro

Eis o resumo das actividades de Fevereiro:

- Fui ver o grande pianista Boris Berezovsky à Casa da Música, interpretar com grande mestria Schumann e Lizst (e mais quatro encores)
- Fui ver os Australian Pink Floyd ao Palácio de Cristal (primeiro grande concerto rock dos meus filhos, o mais velho gostou até meio, quando saímos, e o mais novo adormeceu ainda no shine on you crazy diamond)
- Estou a ler Revolutionary Road de Richard Yates
- Estou a ler o Bom Soldado de Ford Maddox Ford
- Estou a reler O que Diz Molero, de Dinis Machado
- Já perdi mais dois quilos este mês
- Deixei de roer as unhas (com a excepção da do médio esquerdo, partiu-se e pronto…)
- Montei a cavalo por três vezes
- Li o Público todos os dias
- Saboreei um Branco Lisa, (que tem um cheirinho que só… visto)
- Levantei-me cedo todos os dias
- Joguei golfe umas sete vezes (e tenho melhorado o meu handicap)
- Arranjei um cliente para… 2015
- Fui jantar ao meu tasco preferido por 10 Euros
- Fui ao ginásio e à natação cinco vezes por semana (média de 5 km a correr e um a nadar)
- Nadei mais de 20 km e corri mais de 100
- Ofereci um jantar bem regado a uns primos
- Vi menos TV (com excepção dos Jogos Olímpicos de Inverno)
- Passei mais tempo com os meus filhos (ginásio e piscina sábado de manhã, McDonald´s à noite, por exemplo)
- Passei muito mais tempo com os meus pais
- Aumentei a garrafeira (com três dúzias de exemplares, entre os quais seis do Poças LBV 2001, cortesia de JP)
- Comprei uma meia dúzia de livros (pechinchas a um Euro da colecção Sábado), entre eles os Cadernos de D. Rigoberto, Revolutionary Road, Lucky Jim, de Kinsgley Amis.
- Bebi mais vinho rosé, cortesia do Labrosca
- Bebi uma garrafa de Dalva LBV 2003 e Quevedo LBV 2003 (este muito superior) – o Vinho do Porto tornou-se a minha bebida favorita.
- Bebi bons tintos alentejanos - Pousio, Terra Plana, Merino (este a pouco mais de um euro!!!) e Chaminé
- Tentei conflituar menos com os próximos (estou a tentar pegar mais leve)
- Vi 4 peças de teatro (Letra M,de Johannes von Saaz, com encenação de João Vieira, no Convento de são Bento da Vitória, com o amigo António Durães; Facas nas Galinhas, peça de David Harrower, pelo Teatro dos Aloés, no Teca, e a Mãe, de Brecht no S. João e Vai-se andando, com José Pedro Gomes, no Coliseu.
- Fumei uns 20 cigarros neste mês
- Vi o Changeling, grande filme de Clint Eastwood
- Fui mais paciente com a dona
- Fui à discoteca M80, dançar música dos... anos 80
- Bebi para aí meia dúzia de shots
- Engoli menos sapos
- Li mais poesia
- Participei no jantar dos monamis (com queijos, vinhos e uma ida ao Parque de Francelos)
- Inscrevi-me num curso livre de teatro
- Inscrevi-me num curso de formação para formadores
- Ouvi muita música clássica e descobri a Canção à Lua, da ópera Rusalka, de Dvorak.
- Jantei com José Sócrates… e outros 500 convidados
- Fui a Serralves ver a exposição de Augusto da Silva
- Fui ao dentista duas vezes
- Observei demoradamente as estrelas
- Estou mesmo feliz com a minha vida
- Já cumpri cerca de quarenta objectivos da minha lista

domingo, 7 de março de 2010

Proposta Próximo Encontro Monami6f (Pós-Páscoa)





Casa de Pasto Grega Hellenikon

Rua S. Dinis, 205 Trav. da Bica Velha 3, ao Carvalhido




O único restaurante Grego no Porto onde se pode saborear o delicioso Moussaka, as fantásticas Pittas, o genuíno Tazatziki com beringelas panadas, entre outras iguarias caseiras, num ambiente acolhedor e verdadeiramente grego. Comida dos deuses.

Poesia musical

Sophia de Mello Breyner Andresen



Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
(Retrato de uma princesa desconhecida).

Vem aí a Páscoa



Porquê Bach?
Porque nasci?
Porque escolhi a profissão que tenho?
Porque casei com a minha mulher?
Porque tive o meu filho?
Porque vivo na minha casa?
Porque vivo na minha rua?
Porque vivo na minha cidade?
Porque vivo em Portugal?
Porque queria outra coisa?
Porquê?

Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Os caminhos tortuosos da arte

Vindo de um mergulho recente na arte renascentista, ou relembrando por exemplo a extraodinária explosão de criatividade que percorreu todo o início do séc. XX, não posso deixar de me questionar sobre os caminhos que a arte tomou nestas últimas décadas. Terá esta chegado a um beco sem saída?

O Rapto de Sabina (Giambologna, 1582)



Pintura sem título (Amadeo de Souza Cardoso, 1917)

Exposição recente exibida numa galeria na Holanda intitulada "O Olho do Cú" (2005)

Tanta polémica para quê?

Acham mesmo que o Facebook é prejudicial?

quarta-feira, 3 de março de 2010

A propósito do convívio na Praceta com Coreto...


A última moda em Itália, que confesso me traz algum mal-estar, é a de os turistas se fotografarem a si próprios junto a locais emblemáticos. Em Portugal, vê-se pessoas a vender óculos de Sol, cãezinhos que fazem au au, e toda uma parafrenália de artefactos manhosos de proveniências obscuras. Pelo contrário, em Florença um dos negócios de rua mais prósperos é o da venda de tripés de todas as formas e feitios. E, em cada esquina, junto da Igreja ou da escultura, lá está a máquina montada em cima do tripé com o respectivo fotógrafo a posar com ar patético para a posteridade. E toda a gente se atropela para escolher o melhor ângulo, o melhor enquadramento. Mais umas quantas fotos para impressionar os "amigos" no Facebook? (Estou a ser mauzinho!..).

Este ambiente narcísico só tem paralelo com o que encontrei há uns anos atrás numa discoteca na Alemanha onde as pessoas dançavam toda a noite voltadas para o espelho, observando-se continuamente, e pura e simplesmente ignorando tudo o resto à sua volta. Mas que desperdício!!!

Validation...

kjkhkhkkhkhkh
... ou a importância do sorriso.

terça-feira, 2 de março de 2010

Uma embirração muito minha


Facebook teria uma tradução portuguesa semelhante a "Caras" ou o "Livro das Caras"(?).
Curiosamente (ou talvez não) há já um título semelhante bem conhecido de todos os portugueses (e que quanto a mim não serve sequer para preencher as longas secas das salas-de-espera dos consultórios médicos).

Antigamente dizia-se: "Quem vê caras não vê corações". Acho que o ditado terá que ser rapidamente actualizado para "Quem vê caras só vê corações"! Corações solitários ou que batem em egos tão transbordantes e insaciáveis e que encontraram nas redes sociais um excelente campo para se dedicarem a uma voraz predação e assim se auto-alimentarem. E daí, qual é o mal? Outrora as discotecas e os bares eram os habitats de caça naturais...

No entanto... há subtis diferenças que devem ser tidas em conta. O relacionamento olhos-nos-olhos nunca poderá ser substituído pelo virtual. Quando nos dirigimos a alguém somos nós, inteiros como pessoas, que nos apresentamos ao outro. Ao dizer inteiros estou a incluir um conjunto de singularidades que nos tornam seres únicos e das quais nem sempre temos inteira noção de que fazem parte da nossa pessoa, ou então das quais não apreciamos particularmente mas que não deixam de nos caracterizar para bem ou para o mal. Estamos lá. Somos nós.
Por outro lado, quando nos relacionamos no mundo virtual mostramos aos outros somente aquilo queremos que os outros vejam. Reinventámo-nos na exacta medida em que pensamos obter êxito junto do outro. Até podemos ser ousados de uma forma que jamais imaginaríamos ser possível. Será isto negativo?

Há, quanto a mim, um risco a ter em conta. Não me parece que esta máscara virtual se traduza em verdadeiras transformações pessoais. Não nos trazem aquele "golpe de asa" que tantas vezes desejaríamos alcançar. Por outro lado, e este é quanto a mim o perigo maior, poderá causar um desleixo em termos do investimento emocional nas relações com os que realmente nos rodeiam e com quem verdadeiramente partilhamos (ou deveríamos partilhar...) os nossos afectos.

E depois - perdoa-me Tulius! - aquela coisa de convidar alguém para amigo soa-me muito a panilas: "queres ser meu amigo?". Amizade é uma relação implícita que, confesso, tenho alguns pruridos em explicitar. A amizade sente-se, não se nomeia!

Não levem demasiado a sério toda esta coisa que escrevi. Sei que as redes sociais poderão ser utilizadas com finalidades completamente diversas das mencionadas. Mas que é uma embirração minha, lá isso é!

Estamos todos conectados

A espitualidade de um ponto de vista não religioso. Também nós, agnósticos ou ateus, podemos encontrar beleza e harmonia, entusiasmo e fascínio, por aquilo que nos rodeia e de que fazemos parte.