quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Cáspite! Aqui está para a polémica...

Quando todos descansam leves nos braços de Morfeu, julgando que tinham passado um dia sem listas (abrenúncio!), eis que de forma torpe, maviosa e livre venho pertubar o universo onírico (ou ainda melhor de faustosa lúxuria trântica) ondes estais agora mergulhados. Porventura. E isto hoje vai dar que falar.

Frase do dia:
O pior que pode acontecer a um génio é ser compreendido
Longanesi, L. (escritor italiano)

Anedota do dia:
Um homem estava noivo. Na véspera do casamento, resolveu fazer umapartidinha de futebol com os amigos, para despedir-se da vida de solteiro. A meio do jogo, há uma falta contra a equipa dele. Ele fica na barreira. O atacante adversário chuta e... trás! Acerta em cheio nos tintins do tipo, que cai logo cheio de dores. É levado para o hospital e na urgência o médico diz-lhe:
- Oiça, não há maneira de engessar o seu «zezinho» , por isso, vamos colocar umas talas de madeira para o imobilizar até melhorar.
- Mas doutor, eu vou casar amanhã.
- Só pode ser assim ou então não fica bom.
Inconformado, aceita pôr as talas de madeira.
No dia seguinte, casa-se e os pombinhos vão para a lua de mel. Diz a esposa:
- Olha, meu querido eu tive outros namorados antes, mas nenhum deles me tocou. Guardei-me toda para ti, sou virgem.
Marido: Eu também ... - baixa as calças e diz - Vês, o meu ainda está guardado na caixa!


Reflexão do dia:
Os Portugueses São Profundamente Vaidosos
Os Portugueses são profundamente vaidosos. Quando me dizem que eu sou muito vaidosa, eu, nisso, sinto-me muito portuguesa. Quando, por exemplo, os Franceses me dizem, com uma linguagem muito catedrática, «eu conheço muito bem os Portugueses através de toda essa onda de emigração, eles são muito humildes e dizem que o lugar onde gostariam de morrer seria em França», eu digo «tenha cuidado, o português mente sempre. É como o japonês, mente sempre.» Porque tem receio de mostrar o seu complexo de superioridade. Ele acha que é imprudente e que é até disparatado, mas que faz parte da sua natureza. Portanto, apresenta uma espécie de capa e de fisionomia de humildade, modéstia, submissão. Mas não é nada disso, é justamente o contrário. Houve épocas da nossa História em que a sua verdadeira natureza pôde expandir-se sem cair no ridículo, mas há outras em que não. E então, para se defender desse ridículo, o português parece essa pessoa modesta, cordata, que não levanta demasiados problemas, seja aos regimes seja na sua vida particular.
Agustina Bessa-Luís, in 'Dicionário Imperfeito'

Música do dia:



Poema do dia:
António Ramos Rosa (Faro, 1924)

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

Estória do dia: Tive um (grande) professor com sentido de humor que contava: «Eu, por exemplo, se chegasse a uma ilha desconhecida, quando desembarcasse a primeira coisa que perguntava era: Esta ilha tem governo? Se a resposta fosse sim, replicaria: Óptimo. Estou contra!» Gargalhada geral no anfiteatro.

Polémica do dia: ouvi (eu e outros) directamente da boca de um governante de Estado Novo a versão de que o cônsul Aristides Sousa Mendes foi castigado por Salazar não por passar vistos aos refugiados judeus, mas por VENDER naturalmente por preços especulativos e absurdos os referidos vistos. O escândalo foi de tal ordem que havia mesmo quem pugnasse pela prisão imediata do diplomata. As razões que o levaram a tal prendiam-se com a absoluta necessidade de dinheiro para fazer face aos elevados encargos pessoais e familiares que tinha e que o modesto ordenado de cônsul não bastava. Supostamente o diplomata terá começado por passar vistos a preços normais, mas a determinado momento vislumbrou ali uma hipótese de negócio, e o assunto ganhou uma notoriedade tal que os refugiados (a sua grande maioria endinheirados) viu ali uma porta para a liberdade.

Questão do dia: onde está a verdade?

Lista do dia: Os 17 Campeões mundiais de xadrez
- Steinitz
- Capablanca
- Alekhine
- Botvinnik
- Smyslov
- Tal
- Petrosian
- Spassky
- Fischer
- Karpov
- Kasparov
- Khalifman
- Anand
- Ponomariov
- Kasimdzhanov
- Topalov
- Kramnik

- Monstrooooo do dia: se queres conhecer este August Macke (1887-1914) génio de 27 anos, clica aqui

1 comentário:

Óscar disse...

Ora vamos lá comentar:
- Excelente pintor (de quem conhecia muito pouca coisa) e excelente (mesmo!) site.
- Sobre o Aristides Sousa Mendes, todos nós sabemos que foi uma espinha que ficou atravessada na garganta de muito boa gente ligada, ou pelo menos saudosa, do antigo regime. Por este motivo, e porque ao português típico faz sempre inveja aquele que por alguma razão se destaca da mediania, quero acreditar que tudo isso não passa de mais uma daquelas infâmias cobardes de gente desprezível. Não embarcar facilmente em calúnias e em infâmias é um dos meus príncípios de vida. Até prova em contrário, continuo a achar que Aristides Sousa Mendes foi um herói e um exemplo para todos. E porque o tema é demasiado sério, acho bom nem se especular sobre o assunto.