quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A propósito da última declaração pública da Al-Qaeda...

O segundo na linha de comando da rede terrorista Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, criticou ontem o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, e afirmou que “um legado de falhas e crimes” o aguarda na Casa Branca. Num vídeo de 11 minutos divulgado pela internet, Zawahiri comparou repetidamente Obama com o muçulmano Malcolm X, activista negro americano assassinado em 1965.

“Você (Obama) representa directamente o oposto de negros americanos honoráveis como Malik al-Shabazz (Malcolm X)”, afirmou Zawahiri. “Você nasceu de um pai muçulmano, mas escolheu tomar a posição dos inimigos dos muçulmanos e rezar as preces dos judeus”, declarou, enquanto era exibida uma imagem de Obama no Muro das Lamentações, em Israel.

No vídeo divulgado ontem Zawahiri disse ainda que, assim como Obama, o ex-secretário de Estado Colin Powell e sua sucessora no cargo, Condoleezza Rice, confirmam a definição de “negros domésticos”. O termo era utilizado com frequência por Malcolm X para se referir a negros subservientes aos interesses dos brancos. (Notícia completa aqui).

Esta declaração demonstra o grande impacto que a eleição de Obama teve no mundo. É nada mais que um esforço no sentido de reforçar o sentimento de hostilidade dos islâmicos relativamente aos americanos.

O que Zawahiri não compreende, porque não pode (e não quer) compreender, é que foram também os negros (numa esmagadora maioria) que contribuíram para a eleição do actual presidente e que Obama representa, de uma certa forma, a unificação do povo americano em torno de um ideal comum.

Obama não agrada (não pode agradar!) aos radicalistas e extremistas. Mas, no seu país, reduziu-os à sua verdadeira insignificância. A Al-Qaeda já percebeu o risco que ele representa para o movimento em termos de apoio popular. Por isso reage. Esperemos que, apesar de tantos inimigos, o novo presidente consiga (re)construir as pontes do diálogo e da concórdia entre os povos.

2 comentários:

Kmett N’Ojo disse...

Sim concordo contigo em parte: é verdade que Al-Qaeda já percebeu que o novo presidente tem um grande apoio popular, dentro e fora dos Estados Unidos e isso é de facto, um grande risco para o seu movimento. Mas também é verdade que a Al-Q. reagiria mal, fosse qual fosse o resultado das eleições; fossem quem fossem os candidatos. O ódio incompreensível desta organização é contra o Estado, contra o Povo e contra tudo o que ele representa. Com um apoio tão generalizado, este Senhor Presidente é capaz de ter mais poder para enfrentar os fanáticos e os fundamentalistas. E o poder legitimado por uma maioria de razão global, como a que Obama tem vindo a atrair, pode ser deveras forte e decisivo.

Anónimo disse...

"Esperemos que, apesar de tantos inimigos, o novo presidente consiga (re)construir as pontes do diálogo e da concórdia entre os povos".


(USA)

intrigante;
a coisa é sufocante.
uma toada talhada
na carne de toda gente;
de todas as gentes.
cultiva-se
a esperança
e neste partido
de legítimos americanos
ainda se pretende
depositar esperança.
rastro vermelho;
verdadeiro.
é o que deixam eles.
abrindo campos
para um tipo futebol violento,
sangrento.
a revelia de toda situação
o mundo, em vão,
espera ainda tanto,
destes irmãos.