Esta história passou-se há uns anos atrás. Foi assim:
Estávamos, na altura, a ingressar no mundo do trabalho. Um amigo meu comprou, então, uma Diane em 3ªmão. Como consequência, as boleias começaram a ser vistas na perspectiva de quem vai no carro e não o contrário! Foi o que aconteceu naquele Verão. À saída de Lagos passámos por duas raparigas, uma loura e uma morena, que empunhavam um papel dizendo: Lisboa. Os argumentos eram muito fortes: olhámos um para o outro e parámos.
“Vão para Lisboa? Então bora lá!” E partimos em viagem. Devo acrescentar que a morena tinha uma estatura imponente e era bem larguinha de ancas. O Diane fez esta viagem meio desequilibrado, inclinado para o seu lado. Na altura nós éramos pesos plumas e a loura não andava longe…
Apesar de um pouco anafada, a morena tinha uns belos olhos escuros num rosto que poderia definir como o arquétipo da mulher portuguesa (se é que isso existe!..).
Tinham passado uma boa temporada em Lagos a trabalhar num bar, os seus sorrisos cúmplices não as deixavam mentir… e a conversa foi prosseguindo fluída e divertida. E longa! Que o Diane fazia render bem o peixe!
Férias, projectos de vida, viagens, e os quilómetros iam avançando...
Música foi também tema de conversa, já que a morena estava entusiasmada com um convite para integrar um novo projecto musical e o assunto também nos dizia respeito.
Quando nos separámos houve as promessas habituais, nunca cumpridas, de um novo encontro.
Meses depois, qual não foi o meu espanto, revi aquela cara na capa de tudo quanto era órgão de comunicação social. A morena chamava-se Teresa Salgueiro e cantava nos Madredeus.
Não vou mais esquecer, por certo, aquelas horas passadas no velho Diane. Haja o que houver!!!
2 comentários:
Há já muito que esperava a publicação desta "aventura"... era engraçado voltarem a cruzar-se passados quase 200 (duzentos) anos...
PS: Parabéns não só pelo conteúdo, mas - também - pela forma...
Também já conhecia esta história, que é soberba. O Oscar como sempre é contido e não apimenta a coisa, mas aposto que se fosse eu, teria parado numa estação de serviço e empurrado a morena ou a loira contra uma arca de gelados e ali mesmo «I'd have may way with her»
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