Woody Allen é para mim (e para muitos!..) um realizador de culto, um argumentista genial e um não menos bom actor encarnando sempre aquele papel de pessoa desajeitada e neurótica, um verdadeiro pícaro dos nossos tempos.
Assisti religiosamente a todos os seus filmes da era do Annie Hall, Mannathan, Bananas, ABC do Amor, Zelig, Stardust Memories, A rosa Púrpura do Cairo, Hanna e as Suas irmãs,... e muitos outros que de repente não me vêm à memória. Depois, comecei a ficar saturado e deixei do o ver durante uns largos anos.
Recuperei o gosto pelos seus filmes com o Match Point. A partir daí não perdi mais nenhum.
Vicky Cristina Barcelona ficou, quanto a mim, uns furos abaixo desta última série de quatro. É claro que é uma história bem contada, tem uma excelente banda sonora (como não poderia deixar de ser!), boa fotografia, bons planos e excelentes interpretações. No entanto, desta vez Woody Allen não conseguiu deixar de fugir a uma série de clichés. O seu olhar sobre Espanha é superficial e mais próprio de um spot de divulgação turística. As personagens principais são um tanto previsíveis: temos o mito do macho latino, do artista excêntrico e sedutor, da mulher espanhola apaixonada e pronta a explodir a qualquer momento...
Das outras personagens também não surge nada de muito novo: duas amigas americanas que vão passar umas férias a Barcelona, uma mais convencional, com casamento marcado (e um futuro marido bem sucedido), e uma outra inconstante, sem saber que rumo dar à vida. É claro que a primeira se apaixona pelo galã espanhol e põe a sua relação em causa. Acaba no entanto por se acobardar e fugir de um destino mais incerto e tempestuoso (vulgar!). A outra amiga encarna o papel da eterna insatisfeita mantendo o registo até ao final do filme.
Resumindo e concluindo: foi um bom serão de 6ªfeira mas não passou disso.
Sem comentários:
Enviar um comentário