Este talvez seja o título português de que mais gosto. E talvez um dos meus três ou quatro livros de referência.
Só vi uma vez Sttau Monteiro, numa das belas conferências organizadas em Serralves nos finais de 80 onde, ao que recordo, falava de gastronomia.
Este livro é magnífico a vários títulos, até formalmente, na sua divisão interna, no arranjo gráfico das páginas (estou a falar da edição da Ática, com uma soberba capa de Manuel Dias), etc.
Sei que há excepções, mas não acredito em escritores prolíficos de grande qualidade. Acredito muito nos autores que têm a dizer e dizem. Pronto. Ou seja, fazem uma obra ou duas se tanto e pouco mais. Foi assim com Salinger, com Harper Lee, com Truman Capote, com Jean Rhys, com Ralph Ellison, etc.
Mas é uma questão de gosto, claro.
Com Sttau Monteiro vejo uma secura substantiva que só encontro em Cardoso Pires, mas parece-me o primeiro muito mais natural, muito menos literário, enfim menos romanesco.
É um portento de sobriedade. E ao mesmo tempo de uma delicadeza quase insuportável.
Claro que o livro hoje está datado, mas até por aí é interessante para conhecer a sociedade lisboeta de meados do século passado.
Enfim, para mim é uma referência a que volto regularmente. E acho sempre delicioso.
1 comentário:
Li o livro na década de setenta, ainda hoje o cito com frequência.
É uma excelente sugestão de leitura!
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