sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Não gosto de...

A pedido do Deibaidei, Não gosto de pessoas superficiais, conversas fúteis, dos tugas, dos bimbos, dos incultos, de moda, de roupa, de chatos, de guerra, de conflito, de tristeza, de neurose, de perder o controlo, de monotonia, de perder tempo, de interesseiros, de zoos, que me gritem, que me mintam, de mentir mas tem de ser, de meios termos, de meias tintas, de iô-ios, de pessimistas, de atrasos, de quem não cumpre, de complicações, de desnecessidades, de yuppies, de invejosos, de hipócritas, de confusões, de lutas, que os miúdos se peguem, de ouvir, de pedir desculpa, que me peçam desculpa, de indefinições, de palavras vãs, de eternos planos, de ficar calado, de não ficar calado, de estar longe dos meus, da lentidão, da imobilidade, da resistência à mudança, de cinismo, de ser ignorante, de me irritar, de ser desarrumado, de me chatear, do Steven Seagal, do Bruce Lee, do Chuck Norris, do Tonecas, dos Malucos do Riso, da Marina Mota, da Maya, do António Vitorino, da Rita Ferro Rodrigues, da entrevistadora de serviço do Canal 1 de que não me lembro o nome, do marido não sei quê Seabra, do excesso de futebol, do Pinto da Costa, do gajo do Benfica, do gajo do Sporting, de futebolês, de economês e de culturês, dos políticos portugueses, da maioria dos portugueses, de falta de educação, da descortesia, de líderes, de homens-providência, que joguem com sentimentos, de tarólogos, de cartomantes, de videntes, de adivinhos, de locais poluídos, de mau hálito, que esperem por mim, de esperar pelos outros, de vaidosos, que não acreditem em mim, de música minimal repetitiva, de free jazz, de filmes gore, de snuff, da tropa, da violência, do Quim Roscas e não sei quê, de reality shows, de big bredas, de telenovelas portuguesas, de telenovelas brasileiras, de telenovelas mexicanas, de telenovelas venezuelanas e de telenovelas do Butão, de wrestling, de boxe, de touradas, da Bárbara Guimarães, da Mila Ferreira, da Manuela Moura Guedes, de botox, daquela matéria para aumentar as mamas e de que não me lembro, de Alzheimer, do Marco António Costa, de comunistas, de capitalistas, de anarquistas, do politicamente correcto, do acordo ortográfico, do José Saramago, dos livros do José Saramago, da personalidade do José Saramago e dos disparates do José Saramago, do trânsito, da lentidão do trânsito, do Porto, da falta de jardins no Porto, da falta de parques infantis no Porto e Gaia, que não invistam tempo nas crianças, da falta de civismo, da bisga, da catota, do bufo, de enfiar a carapuça, de discussões, de segundas agendas, de revistas cor-de-rosa, de paparazzi, de blogues carpideiras, da morte, de funerais, dos programas televisivos cor-de-rosa, de machismo, de marialvismo, do fado manhoso, dos que acham que está sempre tudo bem, do amiguismo, do carreirismo, de feijão verde, de já ter passado mais de medade da minha vida, de ter feito pouco, de ter produzido pouco, de não fazer a diferença, de não deixar saudade, de deixar fastio, de já não ver a minha avô A., de muita arte contemporânea imperceptível, dos queques, da palavra queca, da palavra jinhos, de acrónimos idiotas, de bjs, de xis, de bolas em cima de is, dos songamongas, dos espertalhões, das construções em barda com 414 fogos e nem um metro de relva, das obras deixarem sempre um lancil, muro ou paralelo por terminar, da incúria, injustiça, da justiça em Portugal, de ver premiados os incumpridores, do riso alarve dos cretinos, da impunidade, dos colunistas sociais, dos gays que fazem desse facto uma arma, de racismo, que não queiram mudar o mundo, e dos outros... quando não gostam de mim!

1 comentário:

K disse...

Está certo, Vital. Há dias assim.
Mas, diz-me com verdade, não gostas de bacalhau cozido com grão de bico, feijão verde, meia batata com casca, um ovo, e azeite do novo? Com vinho verde branco da zona de Baião feito apenas com a casta avesso?
Se gostas, então deixa lá o resto.
O mundo há-de melhorar.