
Só hoje soube da morte de Dinis Machado (por isso estranhei um documentário sobre ele na rtp no sábado, que vi, claro,) um dos meus autores mais secretos e bem guardados.
Tenho dois livrinhos dele: Reduto Quase Final e esse monumento vértice que é «O que diz Molero». Já tinha ouvido falar dele em meados dos anos 80 mas só o li mais tarde.
Depois vi a adaptação fantástica com o António Feio e o José Pedro Gomes; para mim é só a melhor peça que já vi em português. Acreditem, e se não acreditam tentem adquirir o DVD.
Foi-se um grande autor, um grande escritor e também um homem muito interessante. Basta ver o referido documentário.
Eu, se fosse escritor, queria ser assim: de um só livro. Contido.
À guisa de amuse-bouche deixo-vos este naco:
«Zuca iniciou o rapaz nos cigarros, primeiro com barbas de milho, depois com tabaco de onça, depois no Provisórios avulso, nos toques nas campainhas das portas, isto a desoras, no apalpar o traseiro às criadas do mercado, e depois fugir, bem entendido, nas mijadelas de parede a parede, o que fizer o esguicho mais pequeno é maricas e dos antigos...»
e por aí fora.
Espero que esteja a folhear pela enésima vez o Chandler tão do seu agrado enquanto fuma cigarrilhas umas atrás das outras no Bairro Alto do Céu.
1 comentário:
Desconheco, mas parece tentador.
Enviar um comentário