Numa destas pachorrentas tardes de Férias de Natal tive a oportunidade de ver na televisão o filme "O Encantador de Cavalos", protagonizado pelo sempre charmoso Robert Redford. A história girou em torno da recuperação de um cavalo e de uma menina que foram vítimas de um acidente de viação, sendo que o cavalo ficou traumatizado e incapaz de se deixar montar, e a sua dona viu a sua perna ser amputada perdendo o interesse pela vida. O autor destes "milagres" foi um experiente cowboy, daqueles carregam em si a calma das pradarias e têm a capacidade de olhar na alma (do cavalo?) dos que o rodeiam.
É claro que o envolvimento do lugar (belíssimo!) e o glamour do dito cowboy não deixaram indiferentes a mãe da menina, e o romance aconteceu.
A história terminou com a sempre emocionante despedida dos apaixonados, motivada pelo facto da dita mãe não querer abdicar da sua vida anterior junto da filha e do marido.
Matutei longamente neste tema. Acho que representa, na verdade, uma metáfora dos nossos dias. Aturdidas por uma vida rotineira, encerradas num autismo cinzento e progressivo, as pessoas em vez de procurarem respostas dentro de si próprias, vêem crescer o desejo que alguém saia da bruma e as venha salvar "numa manhã de nevoeiro". Como se a solução para as suas vidas estivesse num qualquer encantador de cavalos...
1 comentário:
Ora aí está um belo matutanço!
O filme é belo e os personagens e realizador, também (e a pequena Scarlett a fazer, já, um papel importante!)
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