Depois do bronze em Los Angeles'84 e de os sucessivos títulos europeus e mundiais, Rosa Mota tinha nos Jogos de Seul'88 a grande oportunidade de conquistar aquele que é o mais desejado título: o ouro olímpico na Maratona. As aparentemente fáceis vitórias nas maratonas internacionais criaram uma pressão imensa. A responsabilidade era enorme porque as expectativas eram muito altas. Os portugueses "exigiam" o ouro a Rosa Mota.
Mas, desta vez, o desenrolar da prova foi diferente: a australiana Lisa Martin e a alemã Katrin Doerre não descolavam de Rosa Mota, seguiam-na como uma sombra. Aos 18 km, eram já só doze as atletas da frente. Pouco depois, Greta Waitz também desapareceria e aos 20 km restavam apenas cinco atletas no comando da prova: Rosa Mota, Lisa Martin, Kathrin Doerre e as soviéticas Polovinskaya e Smekhnova, esta última cederia pouco depois. Foi nos sete quilómetros finais que tudo se decidiu.
Aos 37 km, a soviética Polovinskaya ficou para trás. Aos 38 km, aproveitando uma descida e na sequência de uma recomendação do seu companheiro e treinador José Pedrosa - "Rosa, é agora ou nunca" -, Rosa Mota atacou com determinação. Rapidamente ganhou terreno e a certeza de que seria a vencedora.
Depois foi a caminhada solitária até à meta. Uma caminhada não isenta de dificuldades, bem expressas no seu rosto. Foi a vitória mais difícil, mas também a mais saborosa. A portuguesa cortava a meta com 2.25.39 horas, à frente da australiana Lisa Martin. O pódio ficaria preenchido com a germânica Kathrin Doerre (2.26.21).
Reparem na frescura de uma Rosa. Dá para rir, acenar, atirar beijos. Acho que dava para outra maratona...
1 comentário:
Dizia-se que era uma espécie de... Beep Beep...
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