quarta-feira, 24 de setembro de 2008

As velas ardem até ao fim

Sandór Márai foi uma das minhas últimas grandes descobertas.

Escritor de origem húngara (11/4/1900 - 22/2/1989) opôs-se ao nazismo e ao comunismo. Deambulou pela Europa acabando por se fixar nos Estados Unidos. Suicidou-se com 89 anos, só e esquecido.

O livro é absolutamente magnífico! Uma escrita contida, elegante. Um enredo fascinante no qual são abordados de uma forma magistral temas como a amizade, a paixão, o sentido da vida...
Extremamente original, envolvente e profundo. A melhor leitura dos últimos anos!
Aconselho vivamente!

Sinopse:
"Um pequeno castelo de caça na Hungria, onde outrora se celebravam elegantes saraus e cujos salões decorados ao estilo francês se enchiam da música de Chopin, mudou radicalmente de aspecto. O esplendor de então já não existe, tudo anuncia o final de uma época. Dois homens, amigos inseparáveis na juventude, sentam-se a jantar depois de quarenta anos sem se verem. Um, passou muito tempo no Extremo Oriente, o outro, ao contrário, permaneceu na sua propriedade. Mas ambos viveram à espera deste momento, pois entre eles interpõe-se um segredo de uma força singular..."

4 comentários:

Vital disse...

Muito bem, Oscar. Só para teres ideia do meu cosmopolitismo vi esta peça (Embers, no inglês) no teatro Duke of York, Londres, com o Jeremy Irons. Que tal?

Óscar disse...

Ao teu cosmopolitismo eu chamaria antes GABAROLICE!!! Embora na situação concreta não seja caso para menos!...

Tulius Detritus disse...

Já o li há algum tempo... e gostei de facto muito... já ofereci alguns exemplares e já o aconselhei a diversas pessoas.
Embora seja, na minha opinião, de gosto duvidoso ler duas obras consecutivas do mesmo autor, não posso deixar de te sugerir "A herança de Eszter" ou talvez ainda mais "A mulher certa".
Para te aguçar o apetite deixo a sinopse de cada um deles.

"A mulher certa"
Em Budapeste uma mulher conta a uma amiga como descobriu o adultério do seu marido. Por outro lado, um homem confessa a um amigo como abandonou a sua mulher por outra, e uma terceira mulher revela ao seu amante como se casou com um homem endinheirado para sair da pobreza. Três vozes, três pontos de vista, três sensibilidades diferentes desvendam uma história de paixão, mentiras e crueldade.

"A Herança de Eszter"
Durante vinte anos Eszter viveu uma existência cinzenta e monótona, fechada sobre si própria, esperando a morte e sonhando com o retorno de um amor impossível. Até ao dia em que, inesperadamente, recebe um telegrama de Lajos, o único homem que amou e graças ao qual encontrou, por um breve período, sentido para a sua vida. Grande sedutor e canalha sem escrúpulos, Lajos não só traiu Eszter como destruiu a sua família, tirando-lhe tudo o que possuía. Agora, depois de uma ausência prolongada regressa, e Eszter prepara-se para o receber comovida e perturbada por sentimentos contraditórios.

PS: Sándor Márai era um dos autores que constava da lista de prendas de aniversário do Página Vital.

PS2: Também eu não vi o “Embers” no teatro Duke of York, Londres, com o Jeremy Iron :)))))

Óscar disse...

Acontece que ontem passei pela FNAC e comprei "A mulher certa". Sandór Márai é um vício!