quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Big Brother à portuguesa


Esta coisa do "diz que se disse" do Mário Crespo há já algum tempo anda a fazer-me alguma comichão. Será que ninguém se indigna que conversas privadas entre amigos, num restaurante, sejam tema de um artigo de opinião de um jornalista? Será que voltámos ao tempo da “bufaria” pidesca em que se tem de ter cuidado com o que se diz em privado? Ele é publicação das escutas ao Pinto da Costa, ele é divulgação de conversas tidas à mesa de café... acho que já chega! E o pior é que não vi ainda muita gente a revoltar-se com a situação.

6 comentários:

K disse...

Só vejo uma solução:
desistir dos restaurantes e dos cafés e voltar à cevadinha feita em casa e torradinhas com manteiga.

Vital disse...

Tens toda a razão. É um não tema, este da perseguição.
Se são perseguidos, é por alguma razão. Portanto, segurem-se. Parafraseando o outro, se não aguentas o calor, não trabalhes na cozinha...

©arloslemos disse...

E depois? Que mal tem saber da vida dos outros? É bem melhor que as noticias do telejornal. Saber as intrigas, as infidelidades, o mal dizer entre uns e outros e quanto mais privado melhor. Aaaaah que prazer! Isto é que revitaliza a nossa vida desinteressante e monótona.

Nota do editor: George Orwell e a demência consequente com um atraso de 26 anos.

F disse...

Segundo a informação que por aí circula, parece que não terá sido assim tão privada quanto isso. Além de ter tido lugar num lugar público parece que os intervenientes na conversa não tiveram o cuidado de falar baixo, ao ponto de chamarem a atenção de alguém que estava ao lado e que resolveu gravar a conversa.

Kmett N’Ojo disse...

Pois, eu estou com a F. As notícias sobre este tipo de tentativas de manipulação da opinião pública e/ou silenciamento de vozes incomodas, já me deixam com falta de tolerância democrática. Se eu estiver sentado a uma mesa de café com o Óscar e o Vital, a dizer que é preciso calar o ministro das finanças, (ou o presidente do governo regional da madeira, ou o presidente do Futebol Clube do Porto, ou a publicidade do Pingo Doce), não é a mesma coisa que encontrar o Primeiro Ministro a falar sobre ser necessário calar um jornalista, sentado a uma mesa de um restaurante, tendo por companhia um ministro de seu governo e um director da estação de TV do referido jornalista. Não é a mesma coisa!

Kmett N’Ojo disse...

…e a denúncia destes casos também não se parece nada com bufaria.