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"(...) O fanatismo contra o tabaco - o único sentimento (não merece sequer o nome de "ideia") que os políticos do Ocidente conseguiram este século, pouco a pouco, incutir na populaça - chegou a um extremo inquietante. Em Nova Iorque, por exemplo, uma das cidades mais poluídas do mundo, o inominável sr. Bloomberg (o do "canal"), candidato à presidência da câmara, incluiu no seu programa a proibição absoluta de fumar na rua. (...) A campanha pela imortalidade do corpo toma rapidamente a forma das campanhas pela imortalidade da alma. No liberal e democrático Ocidente, nenhuma dissidência é tolerada, nem (por sensata que seja) ouvida qualquer razão de ordem médica, económica ou política. Se o deixassem, o sr. Bloomberg queimava os fumadores na praça pública. Como Sócrates, que, sempre atrás de Zapatero, se propõe agora "endurecer" as leis contra o tabaco, que acha demasiado permissivas. Impotente para acabar com o desemprego, aumentar a produtividade ou reformar a justiça, Sócrates ficou, pelo menos, com uma "causa" aparentemente justa - e a consoladora faculdade de proibir. O zelo religioso contra o fumo, julga ele, compensará o óbvio fracasso do país. Punir os maus (ainda por cima para seu próprio benefício) é um método provado para exibir a virtude de quem manda. E, de caminho, esconder a realidade".
(Vasco Pulido Valente - texto integral aqui)
1 comentário:
Bem lembrado ó Óscar. Sabes bem que não fumo nem nunca fumei mas acho horripilante esta caça às bruxas. Então os americanos nisto estão como nas suas sete quintas. Querem proibir de fumar em toda a cidade mas só os seus taxis poluem mais do que todos os carros de Porto ou Lisboa.
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