Ontem e hoje falou-se muito de Errol Flynn e Agustina Bessa-Luís por motivo de comemoração dos seus aniversários. Uma e outra são personagens que, de alguma maneira, marcaram o meu imaginário infanto-juvenil. O actor americano foi protagonista de inúmeras aventuras épicas que preencheram muitas tardes de domingo. Belos filmes aqueles que durante muitos anos andaram desaparecidos dos ecrãs e foram somente recuperados muito mais tarde por Spielberg com o seu glorioso Indiana Jones. De Errol Flynn ficou-me sobretudo na memória o magnífico "E Todos Morreram Calçados" que, contrariamente ao que era comum para a época, tem um final trágico (o que muito me traumatizou dada a minha tenra idade).
Mas traumatismo verdadeiro foi o que eu sofri quando me obrigaram a ler no Secundário "A Sibila" (mas quem terá sido o inteligente que obrigou uns putos a ler uma obra tão complexa?). Anos depois, em conversa com um amigo comunista, percebi que Agustina não é uma escritora qualquer. Confessava-me ele que apesar de a considerar ideologicamente reaccionária não conseguia deixar de adorar a sua escrita. Perante tal opinião, e uma vez que esse meu amigo era um verdadeiro especialista em literatura, decidi atacar de novo "A Sibila". Acabei também eu por me render à sua escrita.
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