quinta-feira, 19 de março de 2009

Não há pachorra!


A imagem é daqui

Ouvir, pela manhã, o Fórum da TSF ou da Antena 1 é provavelmente a forma mais chata e deprimente de se começar um dia. À partida poder-se-ia pensar que este seria um espaço interessante, porque democrático e participado. No entanto...

A forma como as pessoas expõem as suas ideias, com ares de cátedra e de sapiência absoluta, o veneno e a raiva que instilam nas palavras, deixa-me aparvalhado e incomodado. Se ao menos as ideias fossem introduzidas por um " eu acho que...", "parece-me...", "na minha opinião..."...
Mas, não! Toda a gente é dona de verdades absolutas e definitivas. Estas, são (adivinho eu...) articuladas com espuma nos cantos da boca. Espuma de ódio e ao mesmo tempo de excitação e de prazer por serem proferidas para um público mais vasto que a roda de amigos da tasca da esquina. É esta sensação de visibilidade, e num certo sentido de poder, que atrai como moscas gente amarga e mesquinha. São pequenos poderes de gente pequena. Portugal é mesmo o país dos "Velhos do Restelo" e dos "Treinadores de Bancada"!..
Felizmente o problema resolve-se com um simples clique no sintonizador do rádio...

Isto é serviço público? Deixem-me rir!

1 comentário:

K disse...

Verdade, mentira, certeza, incerteza...
Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras.
Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas
Sobre o mais alto dos joelhos cruzados.
Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são?
O cego pára na estrada,
Desliguei as mãos de cima do joelho
Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas?
Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos
e as minhas mãos.
Qual é a ciência que tem conhecimento para isto?
O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos.
Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual.
Ser real é isto.
Alberto Caeiro