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Confesso ficar espantado quando ouço da boca de alguns encarregados de educação frases do género: “já não sei o que hei-de fazer com ele(a)”. Infelizmente isto é cada vez mais comum, mas como é possível acontecer? Como é possível que pais de crianças de 11, 12 ou 13 anos não saibam educar os seus filhos?
A organização das sociedades contemporâneas põe uma excessiva pressão nos indivíduos. O trabalho, um direito outrora mais ou menos assegurado, é cada vez mais volúvel e incerto. As pessoas vivem uma era de insegurança. Eficácia, objectivos, competição, são chavões comuns nos dias que correm. São ideias comummente aceites como se fossem inevitáveis. Ninguém se questiona acerca dos seus custos e consequências em termos de bem estar e de qualidade de vida, de felicidade das pessoas. Cada vez há menos tempo para estarmos com os filhos, para partilharmos as nossas afectividades com aqueles que nos rodeiam.
Por outro lado, o apelo ao consumo é cada vez maior. Ninguém, hoje em dia, concebe a vida sem o carro, a casa, as férias, o telemóvel, a consola para os miúdos, o aquecimento central…
Maiores exigências em termos de bem-estar material põem maior pressão em termos de orçamento familiar. Por vezes desviam, também, a atenção para o que é mais importante: o convívio, o diálogo e a troca de afectos.
Outra coisa também mudou: o exacerbamento do individualismo e do hedonismo. Os velhos estão cada vez mais sós. Os filhos cada vez mais entregues aos outros, à escola, às creches, aos ATLs. A busca da realização pessoal passa cada vez menos pela ideia de solidariedade e de responsabilidade.
A tendência actual dos nossos tempos leva os adultos a considerarem-se adolescentes para sempre. Esta busca da eterna juventude é um sentimento quase generalizado. É claro que isso tem um preço: menos responsabilidade, menos estabilidade afectiva, menos preocupação com os outros.
Esta busca desesperada pela felicidade paga-se com… infelicidade e sentimentos de culpa. Os pais compensam as suas ausências com prendas e cedências indesculpáveis. Perdem autoridade e firmeza perante os seus filhos. Perdem-se as referências.
O resultado disto tudo é um conjunto de miúdos mimados, deseducados e sem modelos parentais. Outros, mais abandonados, juntam-se em bando como cães vádios procurando no grupo o apoio e a atenção que não têm em casa. Esses, aprendem rapidamene a sobreviver por si num meio onde não encaixam, que não compreendem e que olham com desprezo e desconfiança.
Confesso ficar espantado quando ouço da boca de alguns encarregados de educação frases do género: “já não sei o que hei-de fazer com ele(a)”. Infelizmente isto é cada vez mais comum, mas como é possível acontecer? Como é possível que pais de crianças de 11, 12 ou 13 anos não saibam educar os seus filhos?
A organização das sociedades contemporâneas põe uma excessiva pressão nos indivíduos. O trabalho, um direito outrora mais ou menos assegurado, é cada vez mais volúvel e incerto. As pessoas vivem uma era de insegurança. Eficácia, objectivos, competição, são chavões comuns nos dias que correm. São ideias comummente aceites como se fossem inevitáveis. Ninguém se questiona acerca dos seus custos e consequências em termos de bem estar e de qualidade de vida, de felicidade das pessoas. Cada vez há menos tempo para estarmos com os filhos, para partilharmos as nossas afectividades com aqueles que nos rodeiam.
Por outro lado, o apelo ao consumo é cada vez maior. Ninguém, hoje em dia, concebe a vida sem o carro, a casa, as férias, o telemóvel, a consola para os miúdos, o aquecimento central…
Maiores exigências em termos de bem-estar material põem maior pressão em termos de orçamento familiar. Por vezes desviam, também, a atenção para o que é mais importante: o convívio, o diálogo e a troca de afectos.
Outra coisa também mudou: o exacerbamento do individualismo e do hedonismo. Os velhos estão cada vez mais sós. Os filhos cada vez mais entregues aos outros, à escola, às creches, aos ATLs. A busca da realização pessoal passa cada vez menos pela ideia de solidariedade e de responsabilidade.
A tendência actual dos nossos tempos leva os adultos a considerarem-se adolescentes para sempre. Esta busca da eterna juventude é um sentimento quase generalizado. É claro que isso tem um preço: menos responsabilidade, menos estabilidade afectiva, menos preocupação com os outros.
Esta busca desesperada pela felicidade paga-se com… infelicidade e sentimentos de culpa. Os pais compensam as suas ausências com prendas e cedências indesculpáveis. Perdem autoridade e firmeza perante os seus filhos. Perdem-se as referências.
O resultado disto tudo é um conjunto de miúdos mimados, deseducados e sem modelos parentais. Outros, mais abandonados, juntam-se em bando como cães vádios procurando no grupo o apoio e a atenção que não têm em casa. Esses, aprendem rapidamene a sobreviver por si num meio onde não encaixam, que não compreendem e que olham com desprezo e desconfiança.
2 comentários:
Belo texto. Um convite à reflexão.
Está bem analisado. Devo ainda acrescentar que, mais dia menos dia, um dos pequenos tugas levará uma caçadeira do pai para a escola e imitará os jovens filandeses e alemães. É só uma questão de tempo.
Falta um t em rapidamene, antepenúltima linha.
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