Para mim, o mês de Setembro marca o início de um novo ano. Não é em 31 de Dezembro, entre uma uvas passas engolidas à pressa e uns brindes com champanhe marado, que muda verdadeiramente algo na vida das pessoas. Talvez umas promessas feitas à pressa: que se vai deixar de fumar, que se vai ter uma vida mais desportiva ou abater uns quilitos... e não passa disso. Promessas que se esquecem rapidamente entre duas garfadas de perú e uma fatia de bolo-rei no dia seguinte.
Tudo começa de novo em Setembro. Não há dúvida que esta época tem o seu quê de belo: uma certa nostalgia dos dias de Outono que se adivinham, os amigos que se reencontram...
Sempre gostei particularmente dos dias de praia em Setembro. Pouca gente, tempo ameno, um mar preguiçoso, as histórias e as aventuras de férias trocadas entre amigos... e claro! O Gilbert Bécaud a tocar na rádio!
A propósito do Bécaud, que sempre nesta época sai da prateleira para tocar em tudo quanto é sítio, lembro-me de um programa da rádio absolutamente imperdível que passava aos Sábados nas décadas de 80 e 90 (já não sei em que emissora...) e se chamava "Musicando". Nesta época o seu autor, José Freire, costumava fazer umas misturas geniais entre as versões do tema em francês e em Inglês (a última cantada pelo Neil Diamond). Belos tempos aqueles em que abundavam os programas de Rádio de autor e ainda não reinava a ditadura das play-lists!
Devo confessar que estou com uma vontade abaixo-de-zero para enfrentar o novo ano. O segredo talvez seja, como refere o Página, ir entrando de mansinho na esperança de que o sal e o bronzeado ainda permaneçam algum tempo na pele e na alma...
Embora goste das duas versões, a do Bécaud é a minha preferida. Tem uma letra genial!
Les oliviers baissent les bras
Les raisins rougissent du nez
Et le sable est devenu froid
Oh blanc soleil
Maitres baigneurs et saisonniers
Retournent à leurs vrais métiers
Et les santons seront sculptés
Avant Noël
C'est en septembre
Quand les voiliers sont dévoilés
Et que la plage, tremblent sous l'ombre
D'un automne débronzé
C'est en septembre
Que l'on peut vivre pour de vrai
En été mon pays à moi
En été c'est n'importe quoi
Les caravanes le camping-gaz
Au grand soleil
La grande foire aux illusions
Les slips trop courts, les shorts trop longs
Les hollandaises et leurs melons
De cavaillon
C'est en septembre
Quand l'été remet ses souliers
Et que la plage est comme un ventre
Que personne n'a touché
C'est en septembre
Que mon pays peut respirer
Pays de mes jeunes années
Là où mon père est enterré
Mon école était chauffée
Au grand soleil
Au mois de mai, moi je m'en vais
Et je te laisse aux étrangers
Pour aller faire l'étranger moi-même
Sous d'autres ciels
Mais en septembre
Quand je reviens où je suis né
Et que ma plage me reconnaît
Ouvre des bras de fiancée
C'est en septembre
Que je me fais la bonne année
C'est en septembre
Que je m'endors sous l'olivier
2 comentários:
Oscar Alhão, vens inspirado: quer no texto, quer nas escolhas musicais. Eu também prefiro o senhor mil volts. Que saudades destes mestres que não usam os artifácios da modernidade. Squetum, squetum, tum tum, squetum...
Oscarinho meu menino, precisas de carinho! Tás a rastejar homem. Tás como eu, tás que nem podes! Mas, coisa curiosa, também sempre senti que o ano começava em Setembro! Nunca o disse a ninguém pq pensava que era um distúrbio disfuncional do hemisfério cerebral que controla a ansiedade. Meu querido, curaste-me!!! Vou-te dar um beijo, mmmuuuuááááá! Canção divinal, tanto francé como inglé. Óptima para nos pôr a rastejar mais uns metros.
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