sábado, 7 de fevereiro de 2009

O império da Super Bock


Ontem, enquanto folheava o jornal, tropecei numa notícia acerca da luta pelo domínio do mercado da cerveja no nosso país. Rapidamente divaguei para um tema afim:a identificação das pessoas com uma dada marca. No norte não se pede uma cerveja, pede-se uma SUPER BOCK. Beber uma Sagres constitui para muitos nortenhos uma espécie de sacrilégio, uma traição indesculpável! Não sei se o mesmo se passa no Sul relativamente à Sagres. Provavelmente o fenómeno não é tão notório, o regionalismo não é tão vincado.
Mas quem fala de cerveja, fala de computadores - a tribo dos Mac's, do Linux e dos PC's -, das câmaras fotográficas - canonistas versus nikonistas, para não falar da elite que só vê Leicas à frente -, ou dos automóveis - O BMW é melhor que o Audi ou, num outro nível, o Fiat é melhor que a Renault.
Dantes as pessoas abraçavam causas, ideais. Hoje abraçam-se marcas... sinais dos tempos!..

2 comentários:

Vital disse...

Tens toda a razão. Tocaste numa corda muito sensível. Todos nós preferimos marcas quando devíamos lutar pelas causas. Mas quando penso nos crimes cometidos debaixo do patrocínio das causas, não posso deixar de preferir as marcas...

K disse...

Não sei se será oportuno confessar, mas haja coragem, é que apesar das dificuldades económicas da velha Fábrica de Malhas da Rua da Telheira, no Ameal, nos últimos 25 anos, passe o sentimentalismo, só usei cuecas ameal n.º3, azul bébé, em puro algodão do Egipto.
Isto não é abraçar causas nem ideais, verdade seja dita, mas esta pequena peça de vestuário é para mim mais importante para o dia a dia, para o meu conforto, do que o automóvel que uso, a casa, o telemóvel, o portátil, o fato Armani, os óculos anti-risco, o número de zeros à direita da conta bancária, a esperança das férias que se aproximam, isto, meus amigos, é uma simples cueca, que me trás a melhor sensação do mundo:
segurança, portabilidade, flexibilidade, arejamento, enfim, é aquilo que qualquer homem deseja e só alguns alcançaram.