domingo, 8 de fevereiro de 2009

O HOMEM CULTO

Na sequência da publicação "COMO É POSSÍVEL", não resisto a transcrever um pequeno texto que faz parte da minha velha pasta de couro e que me acompanha desde Setembro de 1976, escrito pelo matemático e filósofo Bento de Jesus Caraça(1901*1948):
O que é o homem culto?
É aquele que:
1º - Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence;
2º - Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente à existência como ser humano;
3º -Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior a preocupação máxima e fim último da vida.
Ser-se culto não implica ser-se sábio; há sábios que não são homens cultos e homens cultos que não são sábios; mas o que o ser culto implica, é um certo grau de saber, aquele precisamente que fornece uma base mínima para a satisfação das três condições enunciadas.
A aquisição da cultura significa uma elevação constante, servida por um florescimento do que há de melhor no homem e por um desenvolvimento sempre crescente de todas as suas qualidades potenciais, consideradas no quádruplo ponto de vista físico, intelectual, moral e artístico; significa, numa palavra, a conquista da liberdade.
Condição indispensável para que o homem possa trilhar a senda da cultura - que ele seja economicamente independente. Consequência - o problema económico é, de todos os problemas sociais, aquele que tem de ser resolvido em primeiro lugar. Tudo aquilo que for empreendido sem a resolução prévia, radical e séria, desse problema, não passará, ou duma tentativa ingénua, com vaga tinta filantrópica, destinada a perder-se na impotência, ou de uma mão-cheia de pó, atirada aos olhos dos incautos.

2 comentários:

Vital disse...

Isto sim, e o regresso ao básico.
Parabéns, Labrosquinha. Um tipo que anda com isto na pasta, está destinado a não passar por problemas económicos, dificuldades e insolvências...

Kmett N’Ojo disse...

UAU!
Tou sem palavras, tal e qual ficaria qualquer inculto ao ler percebendo o que lê, sabendo que nunca conseguiria escrevê-lo!
Boa, boa Lab!