A fotografia em S. Miguel é definitivamente a cores (pelo menos de acordo com a minha sensibilidade!..).
Em primeiro lugar domina o azul: do mar, omnipresente, e do céu. O azul nos Açores é dominado por uma miríade de cambiantes de tons e brilhos fruto das nuvens que ora se apresentam brancas, emprestando ao cenário belos tons de pastel, ora descem na ilha e a cobrem de nevoeiros que acentuam o verde da paisagem. Esta é a cor dominante do interior da ilha que apresenta uma vegetação luxuriante e bela, feminina porque nunca agreste, mas suave como um jardim inglês. Lá não se encontram plantas espinhosas, arbustos rasteiros, resistentes, sobreviventes às agruras do clima como nas montanhas do continente ou nas zonas de influência mediterrânica. Tudo parece que está lá para agradar. Para encher de doçura os nossos olhos. Os aromas a flores dão o toque final neste pequeno espaço de harmonia.
O preto é também uma cor dominante: das areias e das rochas vulcânicas, dos basaltos das casas, das ruas e igrejas (que são às dezenas!).
O preto surge ainda em contraste com o branco nas paredes das casas caiadas e nos milhares de vacas que salpicam a paisagem e lhe dão um ar particularmente bucólico.
Durante a minha estadia na ilha não tive muitos momentos dedicados em exclusivo à fotografia, daqueles em que precisamos de uma serenidade e de uma postura muito próprias de modo a deixarmos a nossa sensibilidade e os nossos sentidos fruírem através da máquina. Ainda assim deixo-vos alguns dos momentos que por lá registei. Oxalá gostem!
4 comentários:
Gostei muito. Acho de facto que tens uma foto-sensibilidade extraordinária. É a tua verdadeira vocação.
E apesar de nunca ter ido aos Açores, concordo e agrada-me a tua leitura do ambiente e clima da ilha.
Só um pequeno (e se calhar despropositado) reparo: escreves tão bem que deves evitar palavras - recorrentes no linguajar nativo - como estadia (referente aos navios nos portos) e sim estada ou presença, e postura (que é mais paragem de táxi ou burocracia camarária) e sim atitude.
Enfim, são insignificâncias perante a magnitude das imagens, «mas Deus está no pormenor»...
'Dassssseee, Mestre!
Estão uns belos postais sim senhor, mas gostava de te ver lá uma semana... sozinho!!!
Superfotos
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