terça-feira, 21 de julho de 2009
O elogio da diferença
Eu sei que a música popular portuguesa está fora de moda. Não passa na rádio, não se vende, nem se ouve em lado nenhum. É pena. Mais um sinal dos tempos em que vivemos em que, tal como a fruta e os legumes, tudo tende a ser padronizado pelos mesmos critérios e gostos. Perde-se a cor, o sabor e a diversidade. Tudo fica mais pobre e desoladoramente igual. Por isso, vou começar a trazer aqui a boa música que se fez, sobretudo nos anos 70 e 80, construída a partir das nossas raízes populares. Elas não nos envergonham, são ricas e belas, e devem ser trazidas de novo às novas gerações.
Né Ladeiras é uma das mais bonitas vozes femininas portuguesas das últimas décadas. Límpida, bem modelada e carregada de um lirismo muito nosso. Ela traz-nos o som das pastoras e dos campos que (ainda) habita na nossa memória colectiva.
"O que estriga tenho na roca" é uma pérola. É uma canção de uma beleza intemporal e universal recuperada do património popular de Trás-os-Montes. Ouçam e digam aqui alguma coisa...
Ne Ladeiras - O que estriga tenho na roca
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