terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Uma janela de esperança



Cerca de um milhão e meio de pessoas são esperadas, hoje, em Washington, na cerimónia de investidura de Barack Obama que vai tornar-se o primeiro presidente negro da história dos EUA.

Aquando da cerimónia de tomada de posse de Bush, do seu primeiro mandato, senti assim um friozinho premonitório no estômago. O que se seguiu toda a gente (infelizmente) conhece. Hoje, um pouco por todo o mundo, perpassa uma lufada de optimismo. Obama não é um novo Messias, mas não há dúvida que abriu uma janela de esperança ao mundo. Saibamos todos aproveitar a boa onda...
I hope we can!

4 comentários:

Kmett N’Ojo disse...

Acho que estão todos a endeusar este senhor e ele realmente não é nenhum santo milagreiro!

Acho que se ele não conseguir ser excepcional nos 2 primeiros anos do seu mandato, uma boa parte dos seus novos fiéis vão apanhar uma grande decepção… É que ser apenas bom ou muito bom, já não vai ser opção para Mr. Obama… tão alta já vai a fasquia de esperança quanto ao seu desempenho político!

P disse...

Não tenho a certeza disso, sabes? Realmente a diferença que Obama fez, não teve a ver com as promessas económicas (os americanos estão e sentem-se na 'sheet', as taxas de pobreza nos USA são assustadoras, de qualquer forma, eles acreditam sempre 'que se vai vivendo'); não teve a ver com a Guerra do Iraque (já todoso os americanos sabem que, mais tarde ou mais cedo, vão mesmo sair de lá, é uma questão de tempo. Com jeitinho, ainda acabava por ser o coitadinho do Bush, que, em conluio com os seus amigalhaços do Texas, arranjava outra guerrinha e saìa de lá...), etc. O que Obama trouxe foi uma coisa mais subtil, e, nisso sim, penso que tens alguma razão: trouxa a esperança, lembrou os brilhantes anos 60, glamourosos como poucos para os norte-americanos (dessa época, preferem lembrar-se das lutas raciais, do que do início do Vietname. Perguntarás: mas que esperança? Se não é apoiada em factos? Olha, aí é que és capaz de ter razão, não porque eles esperem algo de excepcional de alguém que pode perfeitamente não o ser, mas porque QUEREM ver alguém diferente que não das plutocracias texanas na Casa Branca. Que vai ele fazer? Nada de excepcional,aposto. Mas pela minha costelinha esqeurdista, gostaria de o ver ter a coragem de relançar a reforma do sistema de saúde norte-americano: isso sim, seria especial. Mas, se me perguntas, não conto. Tento só ficar contente por uma grande nação (com todos os defeitos, e são muitos, que lhe estão associados)ter tido uma vísivel nesga de esperança. E o resto é conversa e ao futuro pertence. (O Obama mandou-me uma limusine só para mim, mas eu recusei, alegando a minha vontade de estar com o povo (no meu caso, estar a fazer outras coisas) :-) P.

Vital disse...

Estou com o Kmett. Não são necessários anos. É preciso perceber que o presidente americano tem de facto menos poder que a rainha de Inglaterra. É tudo uma fantochada marketeira apenas. As políticas (leia-se establishment) está definido há décadas e era preciso mais do que uma revolução para modificar uma palha. É tudo a mesma farçolice. Só a cerimónia de investidura custou 170 milhões de euros. De resto os democratas são uns bananas. O mundo vai conhecer dias que nunca viu. Wait and see...

K disse...

Comentário em jeito de Álvaro de Campos:

Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.

Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...

Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?