domingo, 30 de janeiro de 2011
Padre António Vieira
sábado, 29 de janeiro de 2011
CONVOCATÓRIA FOTOGRÁFICA
“FOTOGRAFAR O PORTO”
Convocam-se os “Grandes Fotógrafos(as)” para uma sessão fotográfica na cidade do Porto, no dia 5 de FEVEREIRO de 2011, Sábado, com encontro na Praça da Ribeira Cubo às 9h 15m e inicio às 9h 30m.
A pé, de máquinas a tiracolo, deambularemos por sítios já por demais conhecidos mas ainda com inesgotável capacidade de surpreender o nosso olhar fotográfico.
Para além de cultivarmos a arte e o gosto comum pela fotografia, usufruiremos também do inestimável convívio e companhia uns dos outros.
Agradece-se a “inscrição” no blogue MONAMI 6f ou nos respectivos FACEBOOKS.
10 FAQS (aliás, 9 por motivos óbvios)
1. P - Eu gostava de ir, mas como me vou deitar tarde no dia anterior, pergunto se posso aparecer lá pró meio-dia.
R – Deita-te mais cedo ou dorme menos.
2. P – A sessão é só de manhã ou vai dar para a tarde?
R – Isso depende da vontade e disponibilidade de cada um.
3. P – Se eu não perceber nada de Fotografia, também posso ir?
R – Podes, pois! Mas leva uma máquina para aprenderes.
4. P – E se eu me perder do grupo?
R – Desenrasca-te.
5. P – Vamos andar muito?
R – O que for necessário… e não protestes!
6. P – Será que posso ir de…
R – NÃO! É a pé.
7. P – Quanto custa? É caro?
R – É de borla, pá!
8. P – E se eu não souber se hei-de ir mas talvez vá, logo se vê, tenho que ver se…
R – Vai chatear a tua tia! Se quiseres vir, aparece, se não queres não venhas. No entanto a tua presença ou ausência não é indiferente.
9. P – Olha, e se eu quiser ir mas…
R – Acabou! Não respondo a mais nada! Chiçaaaa!
Frei Agostinho da Cruz
Passa por esse vale a Primavera,
As aves cantam, plantas enverdecem,
As flores pelo campo aparecem,
O mais alto do louro abraça a hera;
Abranda o mar; menor tributo espera
Dos rios, que mais brandamente descem;
Os dias mais fermosos amanhecem;
Não para mim, que sou quem dantes era.
Espanta-me o porvir, temo o passado;
A mágoa choro de um, de outro a lembrança,
Sem ter já que esperar, nem que perder.
Mal se pode mudar tão triste estado;
Pois para bem não pode haver mudança,
E para maior mal não pode ser.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Damien Rice - The Blower's Daughter (Sessions@AOL)
Final Countdown cello and orchestra
Vale a pena "ouver" o entusiasmo dos executantes... desconheço se é com a peça ou com a aproximação do fds...
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Lips that touch liquor shall not touch ours...
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Dois presentes...
O primeiro é uma fotografia tirada na Aguda. Poder-se-ia chamar "O perigo é a sua profissão". Aí está o nosso amigo com todo o sangue frio enfrentando vagas monstras pelo puro prazer da fotografia.
O segundo presente vem a propósito de uma conversa tida com ele recentemente sobre a temática das transparências...
Próximo encontro aproxima-se!
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Gedda para a Sophia
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha volta
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Dia do Mar, 1947
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
ABDICAÇÃO
E chama-me teu filho.
Eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Florbela Espanca
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Entre cães e gatos
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
É preciso ter cuidado!
Eram os anos da faculdade, melhor, das escolas superiores. Por detrás do Palácio da Justiça da Invicta, o estabelecimento de ensino artístico debitava, à saída, altas correrias dos mancebos e mancebas em direcção às paragens de autocarro. Em travessia louca do jardim da Cordoaria, saltando canteiros e sebes, vislumbrei o autocarro que se avizinhava da paragem. Duas faixas separadas constituíam o caminho do transporte e o meu autocarro dirigia-se para a segunda plataforma, ocultada pelo abrigo da primeira plataforma. Ainda no jardim, e em alta correria, deito um olhar de prevenção, não venha um machimbombo pela primeira faixa… nada à vista… entro a atravessar e… PAM… elevo-me no ar ao estilo da modalidade do salto em altura e aterro sentado no capô do táxi preto e verde, deslizo, tal e qual um escorrega, pela tampa comprida do motor do Citroen boca de sapo, e termino em pé ao som, dum coro “ai Jesus, lá se foi o rapaz!" De facto o táxi era bem mais baixo que um autocarro e invisível ao meu olhar de prevenção.
Com o motorista debruçado, imóvel, sobre o volante, a passageira idosa com um arfar de falta de ar, eu julguei que ainda ia ser acusado de um crime! Abeirei-me da janela semi aberta do condutor, e preocupado balbuciei: - O senhor está bem? O senhor está bem? Magoou-se? – silêncio… Estará morto? – pensei. Não, está a respirar… - O senhor está bem? – silêncio. Uns intermináveis dez minutos nisto e eis que o homem afasta-se do volante, mete a primeira e lá vai à vidinha dele, transportando a velhota que ainda não tinha parado de arfar. E eu lá fui, também, à minha vidinha, a pé porque tinha perdido o autocarro e a pensar: - "Pôrra, fui atropelado!”
domingo, 16 de janeiro de 2011
Três vezes de baixo para cima
sábado, 15 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Parabéns, Óscar!
ps: a minha prenda segue abaixo (meia dúzia de publicações no blogue)
Poema de Margarida Vale de Gato
Para aqueles que insistem em diluir
isto que escrevo aquilo que eu vivo
é mesmo assim, embora aluda aqui
a requintes que com rigor esquivo.
À língua deito lume, o que invoco
te chama e chama além de ti, mas versos
são uma disciplina que macera
o corpo e exaspera quanto toco.
Fazer poesia é árido cilício,
mesmo que ateie o sangue, apenas pus
se extrai, nem nunca pela escrita
um sólido balança, ou se levita.
Então sobre o poema, o artifício,
a borra baça, a mim a extrema luz.
Poema de Rui Lage
Num banco junto à parede,
fértil e escura como terra lavrada,
os olhos adormecendo no incenso
que a tomava pela cintura
e lhe dava o cansaço
da madrugada.
Os cabelos negros enredando o frio
que vinha de fora
pela porta que alguém esquecera aberta
mostrando ao fundo o rio
e a laranjeira despida
pela geada.
Morte
em ambos os lados da porta
dando entrada
e súbito o dia
e depois
mais nada.
Poema de Filipa Leal
liga-se aos amigos e eles não estão
e depois pede-se lume na rua
como quem pede um coração
novinho em folha.
nos dias tristes é inverno
e anda-se ao frio de cigarro na mão
a queimar o vento
e diz-se bom dia!
às pessoas que passam
depois de já terem passado
e de não termos reparado nisso
nos dias tristes fala-se sozinho
e há sempre uma ave que pousa
no cimo das coisas
em vez de nos pousar no coração
e não fala connosco.
Poema de Catarina Nunes de Almeida
Tanges a noite sem saber que a noite
é uma cítara com cordas de ferro
onde os insectos ferem as asas.
O teu canto arranha o azul da chama
e a cidade desperta para a dança:
um labirinto de minotauros
sorvendo o odor do primeiro tango -
um ténue resquício de feno escondido na nuca.
Ainda ontem foi lua cheia no teu ventre.
Sobrou um aquário onde os cegos vêm depenicar
a caspa dos pombos.
Hoje não saias, deixa-te ficar.
Pelos corredores as fêmeas largam o pó
das florestas quentes -
ténues resquícios de feno escondido na nuca.
Hoje não saias, deixa-te ficar.
Deixa dormir o teu sexo cansado de morrer.
Poema de Fernando Gandra
de palavras. Desculpa.
Oxalá que ao recebê-lo os pés
inchados das tuas ilusões inamovíveis
sosseguem junto à fonte.
A mãe, aqui ao lado, é uma sombra
do que pensas: repousa entre o frio
dos joelhos. A tua boina em ponto cruz
está pronta. O forno é bom e sem
enredo: sempre o mesmo.
A taça muito magra do silêncio
entra (ainda) pela janela.
Na varanda as zínias continuam razoáveis.
Pelo corrimão do tempo desce o gelo.
A tua ausência é uma casa muito espaçosa.
Responde-me na volta do sangue.
Beijos.
Sic transit gloria mundi
Não deixa de ser triste, embora um sinal dos tempos, a toada fantasista que a televisão cria e uma série de produtores com pouco nível que percebendo o ainda mais baixo nível geral da população resolveram embrutecê-la de vez, esquecendo-se que para além desse embrutecimento, tal opção acarreta algumas consequências dramáticas e brutais a nível individual por parte de alguns «protagonistas». Também são responsáveis, não criminalmente, não materialmente, mas moralmente. Moralmente são eles os agentes e os autores morais dos crimes do «jet set».
Reparem: qualquer reality show é potenciador do pior da raça humana. E o pior da raça humana aquando da frustração individual pode descambar no assassinato.
O mundo da moda e do espectáculo embrulha em papel cor-de-rosa de revista semanal e comercializa em seguida com elevada rentabilidade para os mais espertos aquilo que nos outros sectores se esconde e é condenado. Afinal qual é diferença entre o assédio sexual, o consumo de drogas e a prestação de favores sexuais para obter contrapartidas profissionais numa qualquer universidade, fábrica têxtil ou hospital e no dito mundo da moda e do espectáculo? Nenhuma, porque acontece em todos, mas claro que numa fábrica ou lojeca tudo isso são problemas que há que combater e chagas sociais que há que denunciar, enquanto no tal mundo do glamour não há problemas propriamente ditos mas apenas zangas públicas, discussões, fotografias, e reconciliações entre os famosos.
Vejam o seguinte paradoxo: qualquer prestação de miúdos noutra área é trabalho infantil e cumpre perseguir, vituperar e penalizar. Neste mundo do glamour é uma oportunidade de carreira.
Um ralhete de um professor é caso para apresentar queixa por violência psicológica, quando não ir às fuças do prof. porque causaram traumas irreparáveis no futuro dos adolescentes. Aqui no mundo dos famosos, os jovens aceitam ser insultados e vilipendiados em directo como se fossem uma corja infra-humana, acham natural, tal como a família e respondem como os papás a lacrimejar: «obrigado, não vou desistir do meu sonho».
É muito perturbante a ingenuidade e a permissividade das famílias de crianças e jovens perante a sua entrada no «mundo da fama» onde o olhar erotizado sobre os mais novos é mais do que óbvio e onde frequentemente eles valem apenas pela cara e pelo corpo que têm, porque talento ainda não podem naturalmente ter.
Ainda há pouco contaram-me que perante a queixa de uma miúda de 14 ou 15 anos de que um avaliador de casting estava a assediá-la, a mãe não só minimizou o assunto como a esbofeteou publicamente. Só perante a repetição da cena com outras jovens, o referido «prospector de talentos» desapareceu de cena.
Se as famílias vissem as crianças e os jovens não como cumprindo um desejo frustrado deles próprios, mas sim pelos olhos dos adultos que com eles lidam acredito que a glamorização do mundo do espectáculo e da fama seria olhada com outros olhos e reduzida a sua dimensão, que é ínfima como devemos saber. E sobretudo transitória. Se os aspirantes a famosos soubessem o que estarão a fazer daqui a 10 anos... Sic transit gloria mundi
Vou votar em branco...
Por duas razões já votaria:
Ambiciono um país em líderes.
A presidência é uma instituição arcaica e redundante, desnecessária e que só não acaba porque ninguém tem coragem de dizer que o presidente vai nu… e é tão inútil quanto cara, excepto naturalmente para alimentar e justificar a própria existência.
Por uma terceira razão, porque à excepção de Cavaco, todos os outros candidatos são erros de casting tão crassos e dolorosos que até dão pena.
Mas também não vou votar Cavaco pelo seguinte:
Foi ministro das Finanças quando eu tinha 17 anos. Vai sair da presidência quando eu tiver 53. Ele é a política do balofo, do faz que faz mas não faz. Do sim, não e nim. É sem dúvida a epítome de uma geração perdida.
Mais: é o símbolo de uma determinada forma de ser e de estar, de um estilo, de uma forma de fazer e deixar fazer as coisas que deu no país que 30 anos depois hoje somos. E o país tem exactamente os valores errados. A injustiça, o carreirismo, a corrupção, o triunfo do demérito, etc.
Quando primeiro-ministro esbanjou e deixou esbanjar dinheiro. Desperdiçou e deixou desperdiçar a maior oportunidade de desenvolvimento do País no século XX. E que nunca mais voltará.
Escolheu e determinou um modelo de económico que deixou obra de betão mas não formou pessoas, a nossa ética, a nossa cultura, uma nova forma de fazer. Falhou culturalmente porque errou nas opções. Optou pelo alcatrão quando devia ter optado pelos valores. Não infra-estruturou as cabeças. Não escolheu as sendas correctas. Foi o tempo dos patos bravos e do dinheiro fácil. Dos fundos europeus a desaparecerem e dos cursos de formação fantasmas.
Preparou-se para politicamente ganhar sempre o poder e sempre que o via escapar, fugia. Foi egoísta e carreirista.
Alimentou um tabu: não se sabia se ficava, se partia ou se queria ir para Belém. E não hesitou em deixar o seu partido soçobrar ao seu tabu pessoal. Até só haver Fernando Nogueira para concorrer à sua sucessão e ser humilhado nas urnas. A agenda de Cavaco sempre foi apenas Cavaco. Foi a votos nas presidenciais porque estava plenamente convencido que elas estavam no papo. Perdeu. O País ainda se lembrava bem dos últimos e deprimentes anos do seu governo, recheados de escândalos de corrupção. É que este ambiente de suspeita que vivemos com Sócrates é apenas um remake de um filme
que já conhecemos.
O Cavaco presidente não tem pensamento político, tem apenas um reportório de frases feitas consensuais porque ocas e vazias. Agarra-se ao cumprimento da Constituição para justificar a sua inoperância. Finge que detesta a política como se a política não fosse o seu ofício de sempre. Finge uma superioridade intelectual quando só vive para a sua agenda (neste caso a reeleição).
Mais uma vez a sua presidência foi uma oportunidade perdida. Teve três momentos que escolheu como fundamentais para se dirigir ao País: esse assunto que preocupava tanto a Nação, que era o Estatuto dos Açores; umas escutas que pariram um rato e uma comunicação surrealista; e a crítica à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo que, apesar de desfazer por palavras, não teve a coragem de vetar. É bota de elástico e refém de uma mentalidade ultrapassada. Tem falta de coragem política porque só está interessado na carreira pessoal. Não é estadista.
Em campanha disfarçada, dá conselhos económicos ao País. Por coincidência, só lugares comuns e mesmo assim contrários a tudo o que praticou quando foi primeiro-ministro.
Por último, apresenta-se para fazer mais cinco anos do mesmo. Reparem: não há uma ideia nova, uma cara nova, uma frase nova. Não tem chama, não tem imaginação, não tem rasto e está rodeado dos grupelhos de sempre. Vão ser mais cinco anos do mesmo.
Quando começou na política (e logo com a pasta das Finanças) eu tinha 17 anos e não podia votar. Quando sair da presidência eu terei 53 e já não me apetece votar. Este homem esfíngico, pouco natural, calculista, que foi o político profissional com mais tempo no activo para a nossa geração, continua a fingir que não é o principal responsável pelo estado em que estamos e continua a apresentar-se como alguém superior que paira por cima da política e dos restantes portugueses, como homem providencial. É preciso lata. Por isso não posso votar nele.
Eu ambiciono um país sem líderes. Porque os líderes são sempre isto…
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Rússia é Europa ?
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora.
O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa
Enchendo com a sua pequenez a noite enorme
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...
(Alberto Caeiro)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Quem era este "anormal"?
O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o.
Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso.
Formou-se em Direito.
Foi advogado, professor, escritor, político e deputado.
Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Foi reitor da Universidade de Coimbra.
Foi Procurador-Geral da República.
Passou cinquenta anos da sua vida a defender de uma sociedade mais justa.
Com 71 anos foi eleito Presidente da República.
Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..."
Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este.
Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso.
Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso.
Este SENHOR era Manuel de Arriaga
e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Elaine Morgan no TED e...
Aqui fica, por via indirecta, a primeira publicação da Marial no nosso blog. Eu vi e gostei!
Quem preferir com legendas em Português pode seleccioná-las na parte inferior (view subtitles).
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
O meu pirralho é judeu ó quê?
Sem nada me dizer, chega-me esta mensagem que transcrevo ipsis verbis. Aliás um dos meus grandes lamentos é que não tomo nota das inúmeras coisas com piada que dizem e sendo a minha memória o que é...
Mas aqui vai:
"Pai, quero ganhar dinheiro.Fazendo tarefas em casa.Tipo, varrer o chão,dar de comer á gata ,sei lá coisas desse tipo. Aguardo a tua resposta no meu GNAIL."
Corrigi-lhe a ortografia, fiz-lhe uma lista de tarefas com preço e desde então perdi mais de 40 aérios.
Tem os seus oito anos e rais me partam se o nome dele do meio não é Champalimão...
domingo, 9 de janeiro de 2011
Ah pois é!
Antes, como eles são do antigamente, calculei que também quisessem uma missinha e também organizei a liturgia.
Ora a meio a cerimónia o padre além das linhas «obrigatórias» quis introduzir umas perguntinhas mais informais, em jeito de conversa amigável. E começou pela minha mãe:
- Muito bem, cinquenta anos. E então a senhora diga lá: se voltasse atrás voltava a casar-se para poder viver assim 50 anos de felicidade?
A minha mãe que não estava à espera de perguntas directas, para além das ladainhas próprias da ocasião, embatucou durante uns segundos, pensou, e como só ela saiu-se com uma resposta tão sincera quanto inesperada:
- ... Talvez!
A conversinha informal ficou por ali e o padre passou rapidamente para os padre-nossos e ámens finais.
sábado, 8 de janeiro de 2011
É a vida ...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
(Álvaro de Campos)
Eu sei
e que talvez nunca tenha tudo.
Aparte isso, eu tenho em mim
todos os sonhos do mundo.
Maiko
O vento faz um rumor frio e alto,
Nesta floresta, em este som me perco
E sozinho medito.
Assim no mundo, acima do que sinto,
Um vento faz a vida, e a deixa, e a toma,
E nada tem sentido — nem a alma
Com que penso sozinho.
(Ricardo Reis)
2011
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
(Ricardo Reis)
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
... continuo no Brasil
Elis & Tom - Para conseguirmos ouvir um álbum durante vinte anos com a mesma frescura com que o ouvimos pela primeira vez é porque tem de ser mesmo especial. Difícil encontrar um álbum de Bossa com a qualidade que este nos dá. Saravá...
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Californian Kiss
Todavia, a posição é diferente quando se trata de uma exposição de fotografia: neste caso as pessoas têm a tendência para ver e avaliar o conjunto.
A minha opinião é contudo diferente. Sim, o conjunto é importante, mas uma boa fotografia tem a qualidade e a força para me deslumbrar tal qual um quadro e se impôr independentemente das outras que a acompanham.
Eis um bom exemplo:
Sempre que me deparo com esta imagem, que tão bem conheço, não consigo evitar de parar um pouco para a contemplar: ela induz uma sensação de felicidade, plenitude e alegria de viver contagiantes. A elegância e o glamour em estado puro.
Aqui fica uma sugestão de música (sei que óbvia...) para acompanhar a fotografia. Desfrutem!
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Morreu Billy Taylor
Quem precisa de um(a) encantador(a) de cavalos?
domingo, 2 de janeiro de 2011
Ano Novo, música nova...
sábado, 1 de janeiro de 2011
É urgente o amor
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
(Eugénio de Andrade)
Heróis do mar
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te portuguez..
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(Fernando Pessoa)