segunda-feira, 4 de maio de 2009

Fotografar entre fantasmas

Espicaçado pela curiosidade e pelo “olho fotográfico” da NF fui visitar um Sanatório abandonado no Caramulo. Devo dizer que aquele espaço me causou algum mal-estar. A todo o momento imaginava as pessoas que outrora o percorreram carregando consigo as angústias de se saberem vítimas de uma doença tantas vezes assassina. Quantas vidas terão sido destroçadas dentro daquelas paredes!.. Quantas ilusões e futuros por concretizar, por usufruir… quantas solidões…

Cenário estranho, vazio e frio. Demorei algum tempo a acostumar o meu olhar a tamanha desolação. No entanto, o formigueiro no dedo acabou por surgir: disparar a máquina e fixar estas sensações que me acompanharam durante a visita. Desafio conseguido?

4 comentários:

Tulius Detritus disse...

Francamente conseguido... e a opção pelo P&B é de gosto indiscutível...

Vital disse...

Conseguido, conseguido. Tu consegues ser contido, quando era fácil disparar à esquerda e à direita. És um verdadeiro sniper do instante.

Al Prazolam disse...

Conseguido, conseguido, vamos lá ver!...

1ªFoto: Deve ter dado uma trabalheira retirar os restos de ratos mortos deitados pelo chão. Mas valeu a pena, pois o brilho conseguido abafou o silência já de décadas de decadência.

2ªFoto: Onde puseste o colchão e os cortinados? Espero que tenhas deixado o Hotel com tudo no sítio. A ausência de colchão e a transparência da cama causam incómodo e desconforto, mesmo com uma janela a berrar luz.

3ªFoto:Não havia necessidade de partir loiça só para dar um ar de degradação. É um vandalismo vanguardista pos-pos-moderno, é o que é.

4ªFoto:Espero que tenhas voltado a colocar os móveis no sítio. E libertado o casal de octogenários que fazia dali a ante-câmara para para outro local, se possível mais aconchegado.
5ªFoto:Acho que já vi aquele jarro algures em Vxlxdxres. Dá sempre jeito para quando se vai viajar. Até para compor qualquer cena. Deve ser um jarro esquecido que, não sabendo para onde ir, encosta-se àquilo que lhe parece ser mais familiar - o balde. Sem água mas talvez com Alzheimer.

ana disse...

boa!